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Congado – uma história ancestral

De frente, sempre

Na Comunidade Quilombola de Sapé, no município de Brumadinho, MG, a Guarda de Moçambique celebra uma história ancestral. A minha celebração aconteceu em novembro de 2011

De terra, aos trancos e solavancos, uma estrada parece mais longa. Com sol a pino, nem se fala. Para quem vem do distante, chegar pode ser seguir adiante.

Sem mácula, sem fome de tum tum, tum tum, tum tum, já vou avisando, nem precisa ir. É preciso ter pelo menos uma nesga desse sol incandescendo por dentro. Daí em diante, acontece.

Foi o que se sucedeu. Eu não sabia quase nada do porvir. E ainda tinha aquele ar parado, engruvinhado do sertão. Não animava nem minhoca, nem gavião.

Foi quando eles chegaram.

Quem moveu o tempo e o vento? Foi o tambor, o violão, a rosa rosada ou o sorriso de sua dona, que dançava batendo o pé no chão? Quem disparou meu coração?

Congar significa dançar. Preservar a memória do congado é abrir brecha para se emocionar com cores tão plurais, cantos, instrumentos e elementos culturais que continuam vivos, de uma história que vem lá de longe. De pai para o filho, o filho do filho, para o filho do filho do filho. Quem comanda é o capitão, que pode ser identificado por um bastão que só a esses homens pertence.

As raízes estão na África. No congado, os antepassados, as almas dos escravos, o fundador da irmandade, reis, rainhas e capitães falecidos são lembrados e reverenciados. A cultura congadeira é fiel aos ancestrais. Assim, eles fortalecem a identidade que têm. Toda identidade tem uma história, e ali, a minha, deixou de ser a foto de uma cédula guardada na carteira. De alguma maneira, me senti parte do todo.

Os Moçambiques, congadeiros tradicionais, entoam cantos de manifestação e de fé. Nos pés, levam latinhas amarradas. Representam o povo que ficou à beira do mar chamando a Senhora do Rosário, entoando cantos sem dar as costas.

Quando fazia o caminho de volta, era assim que me sentia. Tornou-se impossível dar as costas a essa surpreendente realidade.

 

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